O papa pede perdão mas não perdoa. E é cada vez mais falível
JP2 já por várias vezes pediu perdão pelos erros e pecados que outros papas igualmente santos e não menos infalíveis acabaram por cometer.
A infalibilidade papal é uma obsessão que já existia antes da dignidade que Pio IX lhe conferiu ao erigi-la em dogma.
Calculo, pois, a perplexidade dos crentes. Em quem acreditar? Em quem, pedindo perdão, reconhece erros e pecados nos antecessores ou em quem, vendo neles virtudes e santidade, cometeu ou estimulou os actos que agora se condenam?
Tem sido corajoso João Paulo II, embora incompreendido por muitos. Mas não deixa de ser profético o perdão ultimamente pedido, a abrir caminho para que sobre o actual silenciamento de teólogos, a discriminação das mulheres, os anátemas sexuais, a expulsão de bispos e padres por delitos de opinião, etc. etc., os seus sucessores não se acanhem de pedir também perdão.
Um pequeno reparo apenas. O perdão pedido é irrelevante para as vítimas e demolidor para a infalibilidade e a santidade, dois atributos sem os quais um papa fica reduzido ao brilho dos paramentos e ao poder que a correlação de forças do momento lhe consentir.
Se as orações tivessem a mínima eficácia eu aconselharia os católicos a rezarem hoje com a mesma convicção com que rezaram, durante a ditadura fascista, pela conversão da Rússia, pelos nossos governantes e contra os judeus, para evitar que a erosão da Santa madre Igreja católica, apostólica, romana seja a porta aberta para outras religiões que não pedem perdão e, muito menos, perdoam.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
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- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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